23 de março de 2016 -
Uma questão sempre atual e bastante polêmica é a “privacidade online”. Sites e aplicativos que usamos diariamente têm acesso aos nossos dados pessoais, financeiros, navegadores, e-mails, bate-papos e, em alguns casos, até as nossas preferências e atividades do dia-a-dia.
Fonte: E-Commerce News
Não deve haver muito com o que se preocupar, afinal, a grande maioria das empresas são sérias e possuem regras para lidar com a privacidade e proteger os dados de seus usuários e clientes. Mas lembre-se: cabe a você informar-se sobre os riscos de utilizar determinado site ou aplicativo e, então, avaliar se quer mesmo trocar os seus valiosos dados pessoais pelos serviços, produtos ou conteúdos oferecidos. 😉
Leia mais neste artigo do E-Commerce News:
A privacidade morreu e isso não é tão ruim quanto parece.
Há tempos esse assunto vem sendo discutido, mas a verdade é essa: sim, a privacidade morreu. Não apenas a sua ou a minha, mas a privacidade de qualquer um que tenha acesso à internet. Ela não morreu de uma hora para a outra, foi aos poucos, e por isso alguns podem não ter percebido com facilidade. Isso leva à pergunta: você está sentido falta dela?
Você já buscou algum produto no e-commerce e depois esse mesmo produto ou algum similar passou a aparecer como publicidade em outros sites ou em redes sociais? Já usou o seu GPS e recebeu uma oferta de uma loja nas redondezas? Recebeu uma proposta de seguro automotivo logo depois de ter comprado um carro? Pois bem, tudo isso é evidência de que já não temos mais privacidade no ambiente virtual. E isso é só o começo, pois agora mesmo você está gerando muito mais dados do que imagina e as grandes empresas de tecnologia sabem exatamente onde você está e esteve, a quais redes se conectou, quais sites acessou, aplicativos abriu, entre outros dados. Mas ainda estamos só começando a ver os usos destes dados, uma vez que as empresas ainda estão aprendendo a lidar com essa quantidade enorme de informações.
Eu não me surpreenderia se fizesse uma busca sobre manutenção de geladeiras, postasse uma mensagem na minha página social reclamando que minha geladeira está quebrada, ou entrasse em uma loja de geladeiras para ver o preço de uma nova e começasse a ver publicidade sobre este assunto por aí.
Você percebe os benefícios que a ausência dessa privacidade trouxe?
Do ponto de vista da publicidade, mostrar um produto para o público correto é uma barreira que só a tecnologia conseguiu superar. Antes, o que acontecia era mostrar toda a publicidade para todo mundo e torcer para que as pessoas certas prestassem atenção. Atualmente, o cenário mudou e basta fazer o uso das plataformas corretas para que a mensagem apareça para quem realmente se interessa por ela. Uma dessas plataformas é a DMP (Data Management Platforms), que auxilia profissionais de publicidade a terem muito menos dispersão nas campanhas, pois traçam exatamente o perfil correto de interesse, identificando onde essas pessoas estão. Em outras palavras, a DMP ajuda a fazer com que menos pessoas que não se interessam pelo assunto sejam impactadas.
Teoricamente, isso é ótimo, pois as empresas vendem mais produtos, investem melhor em espaços de mídia e podem oferecer preços mais competitivos. Vendo pelo lado do consumidor, também é vantajoso receber ofertas de produtos do seu interesse e, eventualmente, se beneficiar de alguma promoção. Percebe como o fim da privacidade não parece uma coisa tão ruim? É claro que existem casos de uso indevido de dados, mas na maioria das vezes eles são usados em benefício do próprio consumidor.
Pense na possibilidade de, um dia, na hora de renovar o contrato do seu plano de saúde, você perceba que o preço subiu bem mais do que a inflação, coincidentemente logo depois que você começou a procurar remédios para combater o colesterol. E, usando, a mesma informação, uma academia de ginástica, que fica comodamente no caminho entre seu trabalho e sua casa, te mostra um desconto para te incentivar a ter uma vida mais saudável. Veja como a mesma informação pode ser usada de forma que te beneficie ou te prejudique e, claro, nesse caso, sentimos saudades dos tempos que a privacidade era viva.
A questão importante passa a ser: quem tem acesso a estas informações e para qual fim eles vão usá-las? Na verdade, você deveria ter controle completo a quem pode e quem não pode acessar os dados que você gerou. Quem sabe um dia a tecnologia permita isso de forma simples, mas hoje não é bem assim. O máximo de controle que temos é optar por não usar o serviço ou site se não concordar com os termos de uso onde as empresas expõem o que vão fazer com os dados gerados por você.
Claro, ninguém além dos advogados que escrevem os termos de uso lê, de fato, essas condições. O “li e concordo” é uma mentira pela qual todos nós já fomos culpados algum dia.
A pergunta, então, passa a ser: vale o risco de usar os serviços e ser rastreado? Para ser justo e você poder dormir mais tranquilo, as empresas sérias alegam em seus termos de uso que usam os seus dados apenas para publicidade e para a prestação dos serviços que oferecem. O que parece bastante positivo, pois assim eles ganham dinheiro e podem nos oferecer bons conteúdos e serviços gratuitamente. Temos apenas que confiar que as empresas vão cumprir o que dizem nos seus termos de uso, mas, se isso não acontecer, existe a lei e ela estará ao seu lado quando precisar.
A maioria das empresas são sérias e têm boas regras para lidar com a privacidade para você não ficar excessivamente exposto. Para os mais paranoicos, há também tecnologias que você pode instalar em seus dispositivos que dificultam o seu rastreamento, basta dar uma pesquisada sobre o assunto. Mas, antes de mais nada, cabe a você estar bem informado sobre os riscos na hora de usar um site, um aplicativo ou outras tecnologias. Assim, você vai poder avaliar melhor se vale a pena trocar alguns dados pelos serviços e conteúdos que estão sendo prestados. Fique de olho!
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